domingo, 4 de fevereiro de 2018

Preto Velho

Olá, irmãos de fé!





Estamos próximos ao Carnaval, e logo após as festas, entramos no período de quaresma. No ano passado, fizemos uma matéria sobre isso, explicando um pouco mais o comportamento do Umbandista durante esse período.


Mas o tema a ser tratado hoje é Preto Velho, essa linha que atende com conselhos sábios e mandingas antigas. Quem nunca sentou na frente de um preto velho e recebeu um descarrego com folhas de arruda? Ou então ouviu histórias do tempo de escravidão, que culminavam em sábios conselhos?


Os pretos velhos são espíritos de velhos africanos, que viveram nas senzalas e eram escravizados. Devido às lutas e sofrimentos, desenvolveram grande compaixão e sabedoria, ensinando sobre fé e amor.


Sua incorporação é calma, geralmente curvando o médium. Atendem geralmente sentados. Fumam seus cachimbos e as mulheres gostam de usar lenços na cabeça.Já os homens preferem os chapéis de palha. Falam devagar, como vovós e vovôs que são. Adoram beber café e aconselhar seus filhos nos caminhos árduos que esses percorrem.


Os pretos velhos trabalham com diferentes nomes, decorrentes das regiões que vieram. Alguns nomes comuns são: Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Vovó Catarina, Vovó Maria Conga das Almas, Pai Anastácio, Pai Benedito, Vovó Rita, entre outros. As crianças eram batizadas duas vezes, uma na religião católica, e depois na Umbanda. Por isso eles geralmente tem dois nomes, como por exemplo Pai Joaquim de Angola.

Na Umbanda os Pretos velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.

Na incorporação, são cantados pontos que remetem à chegada deles, através dos navios negreiros. Os pontos ajudam os médiuns na concentração e incorporação.

As cor das velas é preta e branca, ou branca. Alguns carregam terços de madeira, e em suas guias tem  Lágrima de Nossa Senhora, uma planta comumente encontrada nos tempos de cativeiro, além de figas feitas de guiné e arruda.

Todos os pretos velhos vem na linha de Obaluayê, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente.

O dia de preto velho é toda segunda feira. Acender uma vela e deixar um copo com café para agradecer é um ato de fé praticado pelos Umbandistas. A saudação de preto velho é "Adorei as almas".





Até a próxima!
Axé!







Fontes: Wikipedia / Pontos de Umbanda (youtube) / Acervo Pessoal

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Velas na Umbanda

Salve!




Hoje falaremos sobre velas, seu uso, sua importância, cores, tipos e finalidades




Velas podem ser consideradas material de trabalho durante as giras de Umbanda. Não é a toa que as usamos. Elas tem um significado.

As velas servem para ligar, levar seu pedido ao astral. É a conexão direta com o mundo espiritual. Você pode acender uma vela para fazer seu pedido, para agradecer uma graça alcançada, para pedir ajuda ao seu anjo da guarda.

As velas carregam nossos pedidos e desejos. A chama se encarrega de levar aquilo que pedimos até o astral. Por isso é muito importante ter o coração em paz, e seus desejos e pedidos bem claros. Como sempre, devemos sempre pedir o bem, nunca o mal de outrem. Quando você acende uma vela, tenha em mente para quem ou para que será feito o pedido. Concentre-se!


Ganhei uma vela no terreiro


Geralmente entidades entregam aos consulentes velas cruzadas. Isso porque, de alguma forma, eles sentem a necessidade dos filhos, e sabem que ao acendê-las, os pedidos chegarão com mais força ao astral. Isso  cria um vínculo com o consulente e a entidade (Pai Rodrigo Queiroz - Curso Umbanda para Iniciantes)

Cruzar uma vela nada mais é do que benzer, colocar ali energias positivas e evitar que energias negativas cheguem até você no momento em que vai acendê-la.

Cada Orixá, uma vela


Cada Orixá na Umbanda tem sua cor, e assim também serão as velas que você deseja ofertar


  • Oxalá: velas brancas
  • Iemanjá: velas azuis claras
  • Oxum: velas rosas ou amarelas
  • Oxóssi: velas verdes
  • Xangô: vermelhas ou marrons
  • Ogum: azul escuro
  • Obaluaiê: preta e branca ou roxa

Entidades e suas cores

As entidades na Umbanda também tem suas cores de velas. Vejamos:

  • Pretos Velhos: preta e branca
  • Ciganos: amarelas, rosas, douradas
  • Erês: rosa claro, azul claro, branco
  • Exú: preta, preta e vermelha
  • Pomba Gira: vermelha, preta e vermelha
  • Malandros: vermelhas e brancas
Tipos de velas

  • Velas 7 dias: geralmente acendemos para o nosso anjo da guarda, juntamente com um copo de água do lado direito da vela. Podemos também comprar uma vela de 7 dias para nosso Orixá de cabeça, ou uma vela de 7 dias para todos os Orixás (que são coloridas)
  • Velas tradicionais: usamos no terreiro, em casa, recebemos de entidades quando consultamos. Tem várias cores, e cada cor tem seu significado e seu destino. Podemos acender para agradecer, pedir, interceder.
  • Velas de oferenda: são as velas com formatos, usadas em trabalhos. Por exemplo: velas de Exú são em forma de tridente. 
Cores das velas

  • Branca: representa pureza e sinceridade. Finalidade: paz, harmonia, limpeza, cura, iluminação. O branco é usado para qualquer entidade ou Orixá, na falta da vela da cor correspondente.
  • Vermelha: acender quando precisar de coragem, ânimo, determinação, força, proteção
  • Violeta ou Lilás: acender para transmutar energias (de ruim para boa), relaxar, acalmar, aumentar a intuição
  • Laranja: acender para ter força mental, aumentar confiança, criatividade, entusiamo, obter sucesso
  • Rosa: usado para assuntos amorosos e no campo afetivo
  • Verde: simboliza calma, tranquilidade e equilíbrio. Acenda para cura física, espiritual e para obter abundância
  • Amarela: acender quando precisar de coragem, ânimo, dinamismo, proteção. Relacionado à assuntos de dinheiro e trabalho
  • Azul: acender para ter calma, serenidade e sabedoria, para aumentar sensitividade, intuição.
Mensagens das velas

  • Não é recomendado acender vela para seu anjo da guarda em cima da geladeira. O fluxo de energia atrapalha a comunicação com ele. Acenda sempre em um local mais alto que a sua cabeça.
  • Velas que não acendem prontamente: seu campo de energia está carregado. Seu anjo da guarda tem dificuldades em se aproximar
  • Vela queimando com a chama azulada: paciência, pois seu pedido sofrerá mudanças. Está a caminho
  • Vela queimando com a chama amarelada: Sua felicidade está próxima
  • Chama que levanta e abaixa: sua mente e seu coração estão tumultuados. Você está passando por muitas coisas no momento. Tente se acalmar para firmar melhor seu pedido
  • Chama soltando fagulhas no ar: seu anjo da guarda colocará alguém em seu caminho para lhe ajudar. Passará por aborrecimentos antes de concretizar seu pedido
  • Pavio dividido em dois: suas intenções não são claras, faça o pedido novamente
  • Vela que "chora" muito: seu anjo da guarda tem dificuldade em realizar seu pedido pois você está muito vulnerável e emotiva
  • Vela que apaga sem vento: o anjo ajudará no início do seu pedido e depois você lutará pelo que quer
  • Vela que sobra um pouco de pavio e a cera fica em volta: seu anjo da guarda pede mais oração
  • Chama baixa: dê tempo ao tempo. Não é a hora certa de realizar seu pedido
  • Quando a vela queima por inteiro, sem sobrar nada: seu pedido foi atendido

Dias da semana e as velas

  • Domingo: Nanã (roxa ou lilás) e Pretos Velhos (branca e preta ou somente branca)
  • Segunda: Exú e Pomba Gira (bicolor preta e vermelha ou vermelha para pomba gira); Omolú (preta e branca) e Irokô (bicolor verde e branca)
  • Terça: Ogum (azul escuro); Oxumarê (bicolor verde e amarela, ou sete cores) e Ewá (rosa ou coral)
  • Quarta: Iansã (vermelha), Xangô (marrom) e Obá (vela alaranjada)
  • Quinta: Oxóssi (verde claro ou verde branca), Ossaim (verde escura) e Logunedé (verde e amarela)
  • Sexta: Oxalá (branca)
  • Sábado: Oxum (amarela) e Iemanjá (azul clara ou prateada)
Nunca use velas quebradas. Para cada objetivo que tiver, use uma nova vela. Se for acender uma vela para um objetivo pessoal e puder, acenda com seu fósforo ou seu isqueiro. A energia será maior. 



Até a próxima!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Destino

Olá, irmãos de fé!

Ninguém nasce sabendo ... essa talvez seja a frase que mais se escuta na vida, em muitos momentos. E assim também é com o filho de fé. Ele não nasce sabendo, aprende com o tempo, com estudos. E assim também funciona com o nosso blog. Estudamos, nos empenhamos, descobrimos novas páginas, novos sites, que nos auxiliam com seu conhecimento em nossa caminhada.

Recentemente, seguindo o Instagram "Umbanda na alma", me deparei com um texto maravilhoso sobre o destino. Afinal, desde que nascemos nosso destino já está traçado? Ou ele vai mudando de acordo com nossas atitudes, com nosso aprendizado?

Trouxe esse maravilhoso texto na íntegra, para vocês irmãos de fé, entenderem melhor sobre o assunto. Todo o crédito fica para a maravilhosa página Umbanda na Alma. (https://www.instagram.com/umbandanaalma/)




"Tem-se dito que há destino. Só que dificilmente se define o destino. Aqui se toma o destino como a ordem antevista e pré-determinada que o espírito, enquanto ser desencarnado e consciente da realidade espiritual busca e traça. Uma rota de acontecimentos determinados, visando o aprendizado e conseqüente evolução na nova encarnação que se fará presente. É, pois, uma pré-determinação do próprio espírito. Então, sim, destino, nos termos expostos é uma realidade que não pode ser negada. Entretanto a existência do destino não significa em absoluto a inexistência do livre arbítrio que todos os espíritos, encarnados ou não, possuem. Perguntam filhos, como conscientemente podem então realizar escolhas, se já estariam elas pré-determinadas? O destino, como já explicitado, é uma rota traçada, mas ainda não percorrida. E como rota pode e é alterada a cada momento, a cada decisão. Seguir a rota pré-determinada é uma escolha feita diariamente. Um exercício de aprendizado e sabedoria.Mas, a todo o momento é dado ao filho à possibilidade de modificar o que pré-determinado estava. Seguir o destino é, pois uma opção e nunca uma obrigação. É claro que, ao se caminhar na mesma direção do que pré-determinado estava o caminho poderá se fazer, se não mais fácil, menos atribulado. Porque há um prévio conhecimento mesmo que inconsciente, da rota que esta sendo trilhada. O espírito enquanto desencarnado possui uma visão mais ampla e completa da sua evolução e de suas necessidades kármicas. Por enxergar sem a limitação do físico, conhece suas encarnações anteriores e perceber o erro não de uma, mas de centenas de vidas. Toma portanto a escolha que mais correta parece estar para a realização do aprendizado e crescimento. Mas, que não se alimente a esperança de que esta rota pré-traçada será mais fácil do que a escolhida conscientemente enquanto o espírito estiver encarnado. Na maioria das vezes se aprende mais na dificuldade do que na aparente facilidade. Porque o sofrimento traz junto a ele a necessidade de mordaça, transformação. Não que somente o sofrimento, leve ao aprendizado. Jamais seria justo ou correto se dessa forma se apresentassem as coisas. No entanto, o espírito pode escolher o destino da queda para mais facilmente realizar o aprendizado. Mas é claro que se os filhos noção tiverem desse fato poderão evitar a queda. Se aprenderem que antes de tudo, a encarnação, como a Umbanda, tem por objetivo a evolução da alma ao encontro da luz.
“O que me destina o destino
Se não forem as águas de Iemanjá?
O que me destina o destino
Se não for a tranqüilidade de Oxalá?
Não sei.
Talvez as lágrimas de Oxum.
De qualquer forma rezo a Iansã para que suas tempestades me ensinem, sem destelharem meu lar" 🔶Desconhecemos Autor🔶"



Lindo texto, não? Sigam nosso irmãos de fé do Umbanda na Alma também no Facebook (Umbanda na Alma).


Uma ótima semana à todos!

Axé!






Fonte: Texto de autor desconhecido, publicado pela página Umbanda na Alma - via Instagram

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Exús

Olá, irmãos de fé!



2018, ano regido por Xangô, Iansã e Exú. Mas o que você sabe sobre essa entidade? Exú, afinal de contas, é do bem ou é do mal? Vamos falar hoje sobre esse guardião, tão mal compreendido entre algumas pessoas.





Exu trabalha sempre em prol do bem, cumprindo fielmente a Lei Divina sob o comando de Ogum. Está mais próximo à gente, devido à sua constituição perispiritual mais densa, e visando o trabalho que exerce. É uma entidade que zela por sua evolução, conhecedor da LEI MAIOR, e se esforça para cumpri-la. Exú é guardião!

São espíritos que já encarnaram na terra e buscam prosseguir sua evolução espiritual através da prática da caridade. São amigos quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados, mas gostam de presentes e de ser sempre lembrados. Em suas giras, dão consultas, resolvem problemas de trabalho, pessoal, demanda, etc. Em outras giras, trabalham protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.

Não confunda Exú com Kiumbas. Exú trabalha para ajudar, entregando a cada um o que lhe é de direito. As kiumbas, ou rabos de encruza,  são espíritos das sombras, que se agregam ao corpo mental de quem com eles se identifica na maldade, ou que se entrega ao negativismo. Quem faz o mal, atrai o mal. Você atrai aquilo que vibra. Exú combate as kiumbas, e te ensina a enxergar seus pensamentos e mostra aquilo que você carrega em seu coração.





"Exú é guardião dos caminhos, soldado dos Preto_Velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mal, sempre de frente, sem medo, sem mandar recados" (Estudo Básico de Umbanda - TULCA - Ednay Melo)

Seu dia é segunda-feira. Seu patrono é Santo Antônio. Sua bebida é a cachaça. Suas roupas são pretas e vermelhas, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completam sua vestimenta usando cartolas, capas, véus, bengalas, punhais. Os elementos regidos por Exú são terra e fogo.

Os Exús tem palavra e as honram! Buscam sempre evoluir, e devido a sua função kármica, estão sujeitos à choques energéticos constantes, devido à baixa energia com a qual lidam. Se mostram mais duros do que outras entidades, mas são caridosos e quando não estão em missão, demonstram o enorme amor e compaixão que sentem pelos encarnados. Caminham pelos lugares mais perigosos para as almas humanas.

Existem algumas coisas que um guia de direita, como Preto Velhos, Caboclos e Crianças não lidam. É ai que entra Exú. Ele vai até a sujeira, tira a pessoa do apuro, livra dos problemas, tira do seu caminho. De maneira alguma Exú prejudica alguém. E se algum dele o fizer, certamente você não estará lidando com uma entidade de luz.



Pombas Giras


É o Exú feminino. Na verdade, são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. Executam, assim como os Exús, a Lei do Karma. São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida.  São astutas, pois conhecem a maioria das más intenções. 


Em meu terreiro, trabalhamos com os Exús Do Lodo, Morcego, Tiriri, Sete Porteiras, Tranca Ruas das Almas entre outros. E temos o auxílio de Pomba Giras Maria Farrapo, Maria Mulambo, Maria Padilha, Sete Saias, entre outras. 



Saudação à Exú e Pomba Gira


A saudação usada é Laroiê Exú, que significa "meus respeitos" ou "eu te saúdo". Usamos também o termo Exú é Mojubá. Mojubá significa "grande. 

Exú é Mojubá = Exú é grande, Exú é rei!



Resumindo: Exú também é luz. Peça para o bem e Exú lhe dará, dentro do seu merecimento e no momento certo!




Axé à todos!









Fonte: Estudo Básico da Umbanda I
            Tenda de Umbanda Luz E Caridade - TULCA
            Ednay Melo
Fotos: via Google